quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Sussurros
Altêe o som das batidas de teu coração noutro lado da rede, por favor. Eu quero escutar o sangue correndo nos vasos das plantas da varanda. Pra te salvar, te rego com um beijo no pé enquanto abraço tuas pernas compridas. As tenho, mais duas, pra ancorar nossa casa-barco-rede no mesmo lugar; porque tuas pernas não são feitas pra remar e quem tem que se mexer é o vento. Te vejo dormindo e sinto que essa brisa vem de tuas narinas, me despenteia e logo percebo que este é caminho onde repousam as tormentas, onde compartilhamos da angústia com os peixes. Aqui pelo canto, lamento o que não dito tornou-se choro, argumento, lástima, ou só monóxido. Os grãos de areia que restam, não comprometem o toque, e menos ainda o espanto da alma. Neste barquinho, o tempo me poliu com a incerteza dos amores tropicais, e salvei-me porque como todo espirito liberto, amei profundamente tudo o que podia. Altêe o som das batidas de teu coração noutro lado da rede, por favor. Eu quero escutar o que o vento tentou me dizer sussurrando. - Eu quero enxergar onde teus braços resolveram apontar enquanto suavemente pousavam em mim. Quero sentir de novo aquilo que teu corpo tentou me avisar com o calor, quero-te agora pra dormir tranquilo, e num futuro próximo para navegar por inteiro.
Mulher, repete o carinho que nos fez debochar das diferenças: Fecha teu olho e me beija com a alma agora, pois logo as âncoras se desfazem e a maré vem cobrar o que é dela. Seremos vento então, história, piada ou só monóxido outra vez. Aqui o tempo não perdoa nada, e o que nos restará é ser a lembrança do sangue correndo nos vasos das plantas de outros amores. Sussurros.
AUTORIA CONJUNTA DE GABRIEL TURNER E RAFAEL SPÍNOLA
Mulher, repete o carinho que nos fez debochar das diferenças: Fecha teu olho e me beija com a alma agora, pois logo as âncoras se desfazem e a maré vem cobrar o que é dela. Seremos vento então, história, piada ou só monóxido outra vez. Aqui o tempo não perdoa nada, e o que nos restará é ser a lembrança do sangue correndo nos vasos das plantas de outros amores. Sussurros.
AUTORIA CONJUNTA DE GABRIEL TURNER E RAFAEL SPÍNOLA
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