segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ciranda

Quatro olhos se fitam, com certezas
Até que dois sorrisos quase simultâneos se formam, entrelaçam e esbarram.
Tão congelados que ardem de verão,
os olhos contraditórios já não podem se enxergar

Quatro olhos se fitam sérios
Até que duas gotas quase simultâneas se formam, de outono escorrem e, de raiva, molham o chão
Tão congelados que ardem no inverno,
Os olhos contraditórios já não podem se enxergar

Quatro olhos se lembram, distantes
Congelados, ainda ardem com a memória
Até que dois sorrisos quase simultâneos se formam, crescem e somem e morrem
Os olhos contraditórios já não mais se verão
Os quatro olhos agora, de primavera, são oito, outros, novos quartetos