quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

cabra cego e covarde

to alí no meio meio velho para isso mas vou de qualquer jeito colocam uma venda nos meus olhos e pareço sereno começam a girar-me o centro e meu corpo entra em descompasso três homens me fazem dar voltas ao redor de mim, e apesar do desespero de meus pés e braços, meu rosto continua sereno até que param e a tontura já embrulha a cabeça como um turbante que não para de se mover tenho um cajado na mão e preciso encontrar o burro e acertar seu corpo para que os doces caiam e as crianças corram para pegar no meio da roda já posso começar, mas agora é possível reparar que minha serenidade me abandonou há preocupações em minhas rugas e não consigo dar o passo é quando uma moça se destaca na multidão e grita vem! meus ouvidos olham para ela e os gritos repetidos da moça me abalam vem! vem! vem! é hora, pés, hora de confiar



mas não consigo 


volto a girar

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