segunda-feira, 1 de setembro de 2014
la ursa
incendiou o fim da festa como se fosse barcelona e o inferninho começou a tremer de fogo. um menino entrou com uma máscara de urso e dançando, alheio à correria e gritaria, chegou perto da menina. o grave apressava o coração, que atrasado, se esforçava pra manter o passo e os dois dançavam movendo todos os músculos, agitados. ela tirou a máscara dele e a vestiu. era grande e parecia pesada, mas não. era leve, como nunca se sentiu. tentou agradecer, mas a voz fica abafada ali dentro. gritou e se sentiu um animal, rugindo. uma ursa, primitiva. olhou o menino por entre os muitos dentes da máscara, pontudos e afiados. la ursa o beijou, pelo papel-machê.
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